quarta-feira, 12 de maio de 2010

Padrão Globo

A TV Excelsior, responsável pela exibição diária das telenovelas e alguns padrões existentes até hoje no gênero, abriu falência em meados da década de 60 e em 70 fechou suas portas. Fato semelhante aconteceu com a TV TUPI, dando espaço para o crescimento da Rede Globo de Televisão.

Com a demissão da autora Glória Madagan - da Rede Globo -, os tradicionais dramalhões deram espaços para histórias próximas ao cotidiano, com protagonistas anti-heróis e com linguagens coloquiais.
Nessa década é formatado o Padrão Globo de Qualidade.

Irmãos Coragem, Pecado Capital, Selva de Pedra, O Astro e Pai Herói foram destaques da emissora nesse período.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

O início dos remakes

A telenovela como hoje conhecemos fora iniciada somente no início da consolidação da televisão brasileira como instrumento de massas, em 1963. Doze anos antes, porém, a ideologia de telenovela diária já havia começado a ser discutida no meio televisivo por intermédio de Walter Forster, grande pioneiro da tevê tupiniquim. Forster, que à época dirigia e atuava em produções oriundas do meio radiofônico, lançou então Sua Vida me Pertence, telenovela de 15 capítulos que foram exibidos duas vezes por semana.

Diante de tal consequência, Edson Leite, então diretor artístico da TV Excelsior, resolveu apresentar a telenovela em capítulos diários, aproveitando também o fato do videotaipe estar começando a se desenvolver no Brasil. A obra escolhida foi um grande sucesso da tevê argentina: 0597 da Ocupado, de Alberto Migré, que tornou-se 2.5499, Ocupado, a primeira telenovela diária da história do Brasil.

Este foi o estopim para o gênero começar a cair nas graças, definitivamente, dos telespectadores, estendendo-se, é sempre bom frisar, até os dias atuais com mais intensidade a cada história exibida. E essa relação de afetividade e fidelidade entre telenova e telespectador desencadeou justamente num dos temas que serão tratados neste blog: os remakes.

Walter Forster foi um dos idealizadores do que conhecemos hoje como "telenovelas diárias"

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Salathiel, o maestro.

Salathiel Coelho Apresenta Temas de Novelas foi o primeiro long-pay de novela a chegar às lojas de discos do Brasil, em 1965. Foram selecionadas onze faixas musicais, que traziam a lembrança cenas das sete novelas que a TV Tupi exibia na época. Assim como o próprio nome explica, Salathiel Coelho - o sonoplasta mais evidente no início da história da telenovela, respeitado profissional na arte de sonorizar a teledramaturgia – foi o autor da seleção de canções que integravam o álbum.

Salathiel foi responsável por inovações significativas na televisão. Em vez de colocar supertemas, executados por enormes orquestras na abertura das novelas - como era de praxe nas produções nesse período -, ele colocou sob os holofotes uma música explicitamente popular “Se Piangi, Se Ridí” (que havia sido vencedora do Festival de San Remo), a melodia foi abertura de O Cara Suja. A novidade foi aceita pelo público e permanece até hoje.

O Maestro ousou, aperfeiçoou o que estava posto, rompeu com tradições pouco nacionais e colocou em seu lugar sons tipicamente brasileiros, cantado por cantores nacionais, além de construir parte do que vemos hoje como sonorização das telenovelas.

domingo, 25 de abril de 2010

A década do improviso

Marcada pela estréia da televisão brasileira, a década de cinqüenta foi fator importante para a formação de alguns costumes atuais, como a atração por telenovelas.

Iniciada em 1951, com o folhetim eletrônico Sua Vida me Pertence da extinta TV Tupi, as narrativas televisivas ganharam aos poucos seus seguidores. E já nessa história foi transmitido – ao vivo – o primeiro beijo “novelesco”, causando polêmica para a época.

A falta do vídeo tape – para antecipar as gravações –, fazia com que as novelas fossem exibidas ao vivo e apenas duas vezes por semana, aguçando assim a curiosidade dos telespectadores.

E foi com improvisos, inovações e transformações, que a telenovela brasileira começou sua trajetória. Influenciada pela radionovela, com o tempo perdeu as entonações e costumes da vertente e, além do dramalhão apresentado, produziram adaptações de textos estrangeiros, como O Corcunda de Notre Dame de Victor Hugo. Em meados da década, investimentos em qualidade de produção e tecnologia, firmaram a época percussora do folhetim eletrônico.

domingo, 18 de abril de 2010

Remakes: uma grande prova de aceitação

Grandes produções cinematográficas, telenovelas e até mesmo jogos de videogame já deixaram marcas positivas ao serem exibidas. A aceitação por parte do público consumidor é tão evidente que uma ação torna-se inevitável: a produção de remakes.

Um remake é quando se produz novamente uma história já conhecida do público e que já tivera uma produção anterior, ou mesmo mais de uma. Os casos mais comuns são de novas produções de filmes e de telenovelas.

A lista é extensa. Em produções hollyoodianas, por exemplo, temos os clássicos Godzilla (1954-1998), O Dia em que a Terra Parou (1951-2008), Lolita (1962-1997) e King Kong (1976-2005).

Em telenovelas brasileiras a grande seleção de remakes continua. Paraíso (1984-2009), Sinha Moça (1986-2006), Ciranda de Pedra (1981-2008), A Escrava Isaura (1976-2004) e, por fim, Pecado Capital (1975-1998) foram vistas e revistas pelos telespectadores brasileiros - e de outros países, como já foi tratado em outro post.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Trilhas sonoras no Oscar

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas foi criada em 1927 por Louis B. Mayer - russo por natureza mas norte-americano de coração -, a entidade é responsável pela entrega do mais famoso prêmio de cinema que conhecemos, o Oscar - cujo nome oficial é Prêmio de Mérito da Academia -, e teve sua primeira edição no ano de 1929.

Desde sua aparição até os tempos atuais "a estatueta", símbolo da premiação Oscar, adquiriu grande prestígio em seu meio. Atores, atrizes, diretores, cineastas, roteiro, fotografia, melhor filme e música são alguns dos exemplos de categorias avaliadas por um colégio de mais de 5.800 membros volantes da academia.

Os prêmios de Trilha sonora foram incorporados à cerimônia 1935, recompensando as melhores produções do ano anterior, como é feito até hoje. O primeiro vencedor foi Louis Silvers pelo filme "Uma Noite de Amor" e desde então o gênero passou a ser um dos pontos altos das noites de festas que o Oscar promove em Hollywood.

Além do prêmio Trilha sonora alguns outros atifícios de som que o cinema utiliza também são contemplados e entram em julgamento pela acadêmia. Exemplos disso são: Edição de som, Mixagem de som e canção original.

A evolução do som e a importância que as músicas têm no panorama cinematográfico hoje não podem ser questionadas, o Oscar e suas premiações são evidencias para essa constatação.

terça-feira, 30 de março de 2010

Um inevitável "repeteco"

Não é nenhuma novidade para os "noveleiros de plantão" a exibição de uma telenovela já apresentada anteriormente. Desde quando as novelas televisivas começaram a criar um forte vínculo com seus fãs, os chamados remakes também fazem parte da programação das emissoras, fazendo com que os telespectadores relembrem as clássicas tramas do passado.

Também não é novidade nenhuma a repetição dos atores e atrizes nos elencos da versão original das telenovelas e do seu remake, sendo que Pecado Capital torna-se um exemplo claro deste fato. O ator Francisco Cuoco, por exemplo, interpretou o taxista e protagonista da trama, Carlão. No remake, Cuoco incorporou outra personagem marcante na novela: Salviano Lisboa - que, por sua vez, ganhou vida com Lima Duarte na versão de 1975.
Lima, aliás, interpretou, em 1998, uma personagem inexistente na trama original de Janete Clair: o assassino Tonho Alicate, que com um tiro acaba tirando a vida de Carlão na última cena da novela.

Outro fator importante, e que acaba influenciando nesse inevitável "repeteco", com toda certeza, é o profundo conhecimento - e paixão - do ator perante a história já vivida anos atrás.

Francisco Cuoco interpretou dois protagonistas nas duas exibições de Pecado Capital